A senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) criticou nesta segunda-feira (27) a
prisão do seu marido, o ex-minisro das Comunicações e do Planejamento
Paulo Bernardo, em operação da Polícia Federal na última quinta-feira
(23). A declaração da petista foi feita durante seu discurso na tribuna
do Senado, quando afirmou que não havia elementos jurídicos para o
pedido de prisão preventiva expedidido pela Justiça Federal de São
Paulo. "A foto de uma pessoa presa nos jornais e TVs refletida inúmeras
vezes durante dias e dias não se apaga. A absolvição, quando vier, não
terá jamais a mesma força. (...) É com essa clara e terrível percepção
que enfrento esse julgamento. Com a triste certeza de que o processo
manchou de modo injusto, definitivo e irrevogável a minha vida pública e
a do Paulo Bernardo", declarou. A Operação Custo Brasil, que culminou
na prisão do ex-ministro investiga a transferência de R$ 7 milhões de um
escritório de advocacia para Bernardo. Gleisi foi em defesa do marido
na tribuna do Senado e disse que não há nenhuma prova que incrimine o
petista. "Não há contrato do Ministério do Planejamento com a tal
Consist [empresa investigada], nem vínculo do então ministro do
Planejamento com o convênio celebrado entre a empresa e a associação dos
bancos", argumentou, acrescentando que a operação tinha a intenção de
"abalar" o trabalho dos senadores que defendem a presidente afastada
Dilma Rousseff (PT). Ao chegar no Senado para seu pronunciamento, Gleisi
foi acompanhada por um grupo de apoiadoras, de quem também recebeu
flores e gritos de guerra como 'Me representa, me representa'.