Folha de S.Paulo - Márcio Falcão
A
Procuradoria-Geral da República deve ampliar a denúncia oferecida ao
STJ (Superior Tribunal de Justiça) contra o governador de Minas Gerais,
Fernando Pimentel (PT), para incluir detalhes de uma delação premiada
que complica ainda mais a situação do petista.
Segundo a Folha apurou,
a Procuradoria vai fazer um aditamento para incluir na acusação que a
propina recebida pelo governador é superior a R$ 10 milhões. O dado
consta na colaboração premiada do empresário Benedito Rodrigues de
Oliveira Neto, conhecido como Bené, considerado operador de Pimentel no
esquema.
Segundo
reportagem do jornal "O Globo" nesta segunda (23), Bené fechou acordo
de delação premiada com a Procuradoria-Geral da República e acusou
Pimentel de receber propina de empresas beneficiadas com financiamentos
do BNDES. Num dos depoimentos, Bené afirmou que só da Caoa,
representante da Hyundai no Brasil, Pimentel teria sido o destinatário
de mais de R$ 10 mi.
A delação está no STJ e será homologada pelo ministro Herman Beijamin, relator da Operação Acrônimo,
que investiga um suposto esquema de financiamento ilegal de campanhas
políticas do PT, e que tem Pimentel como um dos principais alvos.
Inicialmente, a denúncia oferecida pela vice-procuradora-geral da República, Ela Wiecko, apontava vantagens indevidas de R$ 2 milhões ao petista.