segunda-feira, 23 de maio de 2016

Jucá coloca Temer numa encruzilhada



Jucá coloca Temer numa encruzilhada


Na sexta-feira passada, na entrevista sobre a situação da economia com o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, e o ministro do Planejamento, Romero Jucá, um jornalista questionou o segundo, saindo da pauta da economia, sobre os seus problemas com a Operação Lava Jato. Respondeu com algo assim: “estou tranquilo, não tenho nada a dever”. Justo naquele momento o STF autorizava a quebra do seu sigilo bancário e fiscal. O presidente em exercício, Michel Temer, levou para o seu ministério políticos envolvidos com a corrupção, já citados na Lava-Jato. Atendeu aos pedidos dos partidos políticos e as consequências chegam já no início desta segunda semana de governo. Jucá, por estar na área econômica, tida como a mais importante, é da inteira confiança do presidente interino. Esperava-se que ele escolhesse um ministério melhor. Na manhãzinha desta segunda-feira (23) explodiu a bomba sobre uma conversa gravada em março, com nada menos de 1h15 minutos, entre o ministro e o ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado, cujo o teor está nas mãos da Procuradoria-Geral da República. Basicamente, Machado intima Jucá a “estancar a sangria”. Como a conversa foi muito longa, o ministro passou a ser um interessado na questão, supostamente por ter culpa no cartório. Machado disse que se fosse envolvido pela Operação, o que temia, poderia fazer denúncias em relação ao PMDB, consequentemente se tornaria um delator.  Lá para as tantas, Romero Jucá prometeu que “iria fazer um pacto” de sorte a deter a Lava Jato, o que a esta altura seria praticamente impossível porque se tornou numa Operação que a maioria da população brasileira entende com a única que pode levar às últimas consequências a corrupção desenfreada no país. Brasília não começou sequer a semana política e já há um movimento para que o ministro do Planejamento renuncie a seu cargo. Saiu na frente o líder do DEM, Pauderney Avelino. Espera-se que o PMDB, do qual Jucá é presidente, se manifeste sobre a questão. Brasília assim, como sempre em chamas, e o ministério de Temer cada dia mais complicado.