O ex-gerente da Petrobras Glauco Colepicolo Legatti negou, hoje, que
tenha recebido propina por projetos da refinaria Abreu e Lima. As
declarações foram dadas na CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) que
apura um esquema de corrupção na estatal. Ele também negou que tenha
ocorrido superfaturamento nas obras.
Legatti foi gerente de Implementação de Empreendimentos para a
refinaria Abreu Lima entre 2008 e 2014. O empresário Shinko Nakandakari,
um dos delatores da operação Lava Jato, afirmou que ele recebeu R$ 400
mil de propina entre junho de 2013 e junho de 2014.
Segundo o delator, o ex-gerente obteve a propina porque comandava a
equipe técnica. Ele foi afastado do cargo em novembro. "Não é verdade
que o senhor Shinko pagou para mim, eu não recebi um centavo do senhor
Shinko", declarou ex-gerente.
Legatti reconheceu que tem uma relação pessoal com o delator da Lava
Jato, mas se disse surpreso ao saber pela imprensa de que ele seria um
dos operadores do esquema de pagamento de propina à estatal.
O engenheiro disse ainda que seu advogado apresentou um pedido ao
juiz federal Sérgio Moro, responsável pela Lava Jato na primeira
instância, para que seja esclarecida a informação sobre o suposto
pagamento de propina.
"Não houve superfaturamento na obra, não tem um centavo pago sem ter
contrapartida", disse Legatti. "Não houve porque todos os projetos foram
contratados dentro da margem que a empresa estabeleceu."