O ex-tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, recebia propina na sede do
partido, em São Paulo. Quem afirma é o lobista e operador de propina
Milton Pascowitch, em delação premiada. De acordo com o Valor Econômico,
Pascowitch relatou pagamentos de propina envolvendo a empresa Consist
Software "mediante contrato de prestação de serviços simulados da
Consist com a Jamp [empresa de Pascowitch], no valor global de cerca de
R$ 12 milhões". Segundo o delator, "os valores tinham como destinatário
João Vaccari, tesoureiro do Partido dos Trabalhadores". O Ministério
Público Federal (MPF) afirmou que foram faturados cerca de R$ 15 milhões
referentes ao contrato, dos quais eram descontados 20% a título de
tributos, 15% com a Jamp e o restante iria para Vaccari. "Os recursos
eram entregues a Vaccari em espécie na sede do PT em São Paulo", afirma.
Na delação, ainda foram apresentados documentos referentes ao contrato
da Jamp com a Consist Software, datado de 1º de novembro de 2011 e
assinado por José Aldo Pascowtich, sócio da Jamp, e por Pablo A.
Kipersmit, pela Consist. O delator relatou também que ocorreu "outra
forma de pagamento de vantagem ilícita", mediante repasse de recursos
'devidos' a Vaccari em razão de contratos da Consist com a Editora 247,
do jornalista Leonardo Attuch, no período de setembro de 2014 a outubro
de 2014, que somaram R$ 120 mil. Segundo Pascowitch, a operação vsou
"dar aparência de legalidade" a um "contribuição do PT" a um blog
mantido por Attuch. João Vaccari Neto está preso e é réu por corrupção e
lavagem de dinheiro.