quinta-feira, 6 de agosto de 2015

PMDB preside CPI do BNDES


A CPI que irá investigar os contratos de financiamento do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) foi instalada nesta quinta-feira (6) na Câmara dos Deputados. Por um acordo entre os partidos, a presidência ficará com o PMDB, que indicou o deputado Marcos Rotta (PMDB-AM), e a relatoria, com o PR, que sugeriu o nome do José Rocha (PR-BA). Os nomes foram confirmados em uma eleição secreta, por 22 votos a favor. Não houve votos contrários nem abstenções.

Descontente com o acerto, o PT fez críticas ao arranjo articulado pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e tentou lutar pela relatoria da comissão. Recentemente, o peemedebista rompeu com o Palácio do Planalto e passou a integrar a oposição ao governo.

O cargo de relator é disputado porque compete a ele ditar o ritmo das investigações e elaborar um parecer ao final. Apesar dos esforços, o PT deverá ficar com a segunda-vice-presidência da CPI. A primeira vice-presidência ficará a cargo do PSDB, que indicou Miguel Haddad (PSDB-SP), e a terceira, com o PRB, que indicou Marcelo Squassoni (PRB-SP). Os nomes indicados pelos partidos precisarão ser confirmados por voto secreto. Cabe ao presidente, após eleito, nomear o relator, mas a praxe é que siga o acordo firmado.
No total, a comissão será composta por 27 membros titulares e igual número de suplentes. O requerimento de criação da CPI do BNDES é do deputado Rubens Bueno (PPS-PR), que pede que sejam investigadas supostas irregularidades envolvendo o BNDES ocorridas entre os anos de 2003 e 2015 relacionadas à concessão de empréstimos, que até junho estavam sob sigilo, concedidos a países como Angola e Cuba. Bueno questiona a classificação desses contratos como sigilosos, o que fará com que o seu teor só seja conhecido em 2027.
A CPI também deverá apurar empréstimos concedidos a empresas investigadas da Operação Lava Jato que seriam de fachada, além de operações de crédito em favor de empresas do grupo do empresário Eike Batista e do setor frigorífico. No requerimento, Bueno alega que “as dificuldades financeiras enfrentadas por estas empresas e o questionável retorno do investimento traz a necessidade de se investigar tais casos”.
Após eleito, Rotta fez um apelo aos colegas para não partidarizar os trabalhos da comissão. “Essa não é uma CPI do meu partido, não é uma CPI da oposição, não é uma CPI da situação. É uma CPI para investigar. Vamos trabalhar de forma isenta”, disse.
Ele acrescentou ainda que irá conduzir a comissão “sem perseguir ninguém”, mas que pretende investigar “custe o que o que custar e doa a quem doer”.