Luiz Eduardo Oliveira e Silva, irmão do ex-ministro da Casa Civil
José Dirceu, declarou à Polícia Federal que recebeu "pagamentos mensais
de R$ 30 mil em espécie" do lobista Milton Pascowitch, apontado como
pagador de propinas na Diretoria de Serviços da Petrobras - cota do PT
na estatal. Os repasses, segundo Luiz Eduardo, ocorreram entre 2012 e
2013. O irmão de Dirceu afirmou, porém, que "não solicitou quaisquer
valores a Milton Pascowitch". Ele disse que o lobista "começou a pagá-lo
de forma espontânea, a título de ajuda para despesas variadas". O
pagamento mensal para o irmão de Dirceu foi um dos motivos que levaram o
juiz federal Sérgio Moro a decretar nesta sexta-feira (7) a prorrogação
da prisão temporária de Luiz Eduardo por mais cinco dias - ele foi
preso na segunda-feira, mesmo dia da prisão do ex-ministro. Luiz Eduardo
declarou ter ficado "incomodado com a justificativa" de Pascowitch e,
por isso, teria indagado o lobista sobre como seriam quitados aqueles
valores. Pascowitch teria dito ao irmão de Dirceu que "a pendência seria
resolvida posteriormente". Pascowitch também foi preso na Lava Jato e
fez delação premiada. Revelou a rotina de pagamentos de propinas de
empreiteiras para a empresa de Dirceu, a JD Assessoria e Consultoria. A
Polícia Federal suspeita que a empresa foi criada para captar recursos
ilícitos de empreiteiras supostamente favorecidas por ele em contratos
bilionários na Petrobras. Em troca da delação, Pascowitch ganhou prisão
domiciliar. O irmão do ex-ministro afirmou não saber se Dirceu
solicitara que os valores fossem repassados por Pascowitch a ele. Disse
ainda que em 2013, pediu ao lobista "que cessasse os pagamentos, ainda
mais pelo fato de que seu irmão havia sido preso" - naquele ano, Dirceu
foi preso após ser condenado no mensalão.