segunda-feira, 10 de agosto de 2015

Irmão de Dirceu admite elo com lobista



Irmão de Dirceu admite elo com lobista


Luiz Eduardo Oliveira e Silva, irmão do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, declarou à Polícia Federal que recebeu "pagamentos mensais de R$ 30 mil em espécie" do lobista Milton Pascowitch, apontado como pagador de propinas na Diretoria de Serviços da Petrobras - cota do PT na estatal. Os repasses, segundo Luiz Eduardo, ocorreram entre 2012 e 2013. O irmão de Dirceu afirmou, porém, que "não solicitou quaisquer valores a Milton Pascowitch". Ele disse que o lobista "começou a pagá-lo de forma espontânea, a título de ajuda para despesas variadas". O pagamento mensal para o irmão de Dirceu foi um dos motivos que levaram o juiz federal Sérgio Moro a decretar nesta sexta-feira (7) a prorrogação da prisão temporária de Luiz Eduardo por mais cinco dias - ele foi preso na segunda-feira, mesmo dia da prisão do ex-ministro. Luiz Eduardo declarou ter ficado "incomodado com a justificativa" de Pascowitch e, por isso, teria indagado o lobista sobre como seriam quitados aqueles valores. Pascowitch teria dito ao irmão de Dirceu que "a pendência seria resolvida posteriormente". Pascowitch também foi preso na Lava Jato e fez delação premiada. Revelou a rotina de pagamentos de propinas de empreiteiras para a empresa de Dirceu, a JD Assessoria e Consultoria. A Polícia Federal suspeita que a empresa foi criada para captar recursos ilícitos de empreiteiras supostamente favorecidas por ele em contratos bilionários na Petrobras. Em troca da delação, Pascowitch ganhou prisão domiciliar. O irmão do ex-ministro afirmou não saber se Dirceu solicitara que os valores fossem repassados por Pascowitch a ele. Disse ainda que em 2013, pediu ao lobista "que cessasse os pagamentos, ainda mais pelo fato de que seu irmão havia sido preso" - naquele ano, Dirceu foi preso após ser condenado no mensalão.