terça-feira, 4 de agosto de 2015

Dilma: "Não estou deprimida nem alheia"




No jantar que ofereceu para líderes da base aliada e representantes de partidos na noite desta segunda-feira (3) na residência oficial do Palácio da Alvorada, a presidente Dilma Rousseff fez uma fala em tom de desabafo que surpreendeu aos políticos presentes.

"Falam muito, já saiu notícia de que eu tentei suicídio ou que eu sou autista. Isso é até uma contradição. Mas quero dizer aqui que nem eu fico deprimida nem estou alheia aos acontecimentos. Olha, eu não me deprimo, fiquem sabendo que eu não me deprimo", afirmou a presidente, segundo relato de alguns convidados para o jantar.

No Palácio do Planalto, há preocupação com a estratégia montada pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), de criar quatro novas CPIs em conjunto com a oposição. Para assessores diretos da presidente Dilma Rousseff, a exclusão do PT do comando das novas comissões de inquérito é um sinal claro de que haverá direcionamento na condução dos trabalhos.
O governo teme a repetição do modelo da CPI da Petrobras, na qual os alvos passaram a ser, exclusivamente, o PT e o Planalto, segundo avaliação de assessores palacianos feita ao Blog.
Para o Executivo, a CPI da Petrobras foi montada para blindar o PMDB e o próprio Eduardo Cunha. Na visão do Planalto, esse padrão deve se repetir nas CPIs do BNDES, dos Fundos de Pensão e na dos crimes cibernéticos, criadas no apagar das luzes do primeiro semestre.
A avaliação inicial do governo é de que Cunha iria ter mais cuidado na criação dessas CPIs, já que empresas próximas ao peemedebista, como a JBS, receberam empréstimos do BNDES.
"Agora, fica claro que, com essa blindagem, o único foco será o governo", disse ao Blog um ministro petista