domingo, 23 de agosto de 2015

Dilma e Janot: faltou combinar com os russos



Eduardo Cunha acusa o governo e o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, de terem articulado um “acordão” que resultou na denúncia contra o o presidente da Câmara ao Supremo.
Do acordo constaria também livrar a cara de Renan Calheiros, que retribuiria abrindo o caminho para que Janot seja reconduzido ao cargo na semana que vem, na votação que ocorrerá no Senado.
Beleza. Pode ter acontecido o que for – e, ressalte-se, não há qualquer prova de existência do tal “acordão” – mas a hipótese tem problemas para ficar totalmente de pé.
Para uma combinação deste tipo dar certo seria necessário combinar com os russos – ou mais precisamente com o juiz Sergio Moro e com a PF, as outras duas pontas fundamentais para o avanço da Lava-Jato.
De nada adiantaria, por exemplo, uma composição entre Janot e o governo se Moro e a PF continuam empenhados até a medula em levar adiante as delações premiadas e as investigações. Seria um acordo de alcance limitado – ou mesmo nulo.(Lauro Jardim - Veja)