Um dos delatores da Operação Lava Jato, preso no final de 2014, o
baiano Ricardo Pessoa chegou a cogitar a possibilidade de firmar um
acordo entre as empreiteiras envolvidas no esquema de corrupção da
Petrobras. Ironicamente, só toparia se não tivesse que acusar ninguém.
De acordo com a Folha de S. Paulo, a discussão girou em torno da
viabilidade de um acordo com as autoridades, em que todas as empresas
pagariam multas, mas ninguém seria responsabilizado individualmente. A
ideia não foi levada adiante porque dias depois executivos de oito
empreiteiras foram presos pela PF, entre eles o próprio Ricardo Pessoa. O
ex-ministro da Justiça Marcio Thomaz Bastos, que morreu no final do ano
passado, era o principal patrocinador da tentativa de acordo. Consultor
da Odebrecht e da Camargo Corrêa, Thomaz Bastos atuava como
interlocutor das outras empresas.