À
crescente certeza de que a Operação Lava Jato pretende chegar ao
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, fontes do Ministério Público
adicionaram uma informação não menos grave a um parlamentar petista em
busca de informação: antes de se chegar a Lula ainda haveria “um degrau”
a ser vencido, com a prisão do ex-ministro Antônio Palocci. Na lista
estratégica do comando da Lava Jato o nome dele apareceria depois do de
José Dirceu, preso na segunda-feira.
Em março, o nome de Palocci figurou na lista de 50 autoridades contra
as quais o procurador-geral pediu a abertura de inquéritos ao STF. O
relator da Lava Jato no STF, ministro Teori Zavascki, determinou a
abertura de investigações sobre Palocci, mas na primeira instância, ou
seja, sob o comando do juiz Sergio Moro.
Este inquérito tramita em Curitiba e tem o objetivo de apurar a
informação do ex-diretor da Petrobras e delator Paulo Roberto Costa, que
disse ter sido procurado pelo doleiro Alberto Youssef com um pedido de
ajuda de R$ 2 milhões para a campanha da presidente Dilma em 2010,
segundo ele, a pedido direto de Antonio Palocci. Costa teria
providenciado o dinheiro, tirando-o da cota de propina do PP. Youssef,
entretanto, nega ter feito tal pedido e a divergência já foi objetivo de
acareações não conclusivas.
Se existe o objetivo de prender Palocci, segundo homem mais
importante do governo Lula como ministro da Fazenda, será a partir desta
investigação. Ele foi um dos coordenadores da campanha de Dilma em 2010
e seu primeiro chefe do Gabinete Civil, afastando-se depois de
denúncias sobre seu faturamento de mais de R$ 20 milhões com uma empresa
de consultoria enquanto estava fora do governo.