A vazão do rio São Francisco voltou a ser reduzida para 1.000 m³ por
segundo, após uma semana de prática de 1.500 m³/s. A medida provocou o
deslocamento da mancha, identificada no leito do rio em meados de abril,
para a encosta. O primeiro efeito do problema aconteceu na captação de
água para abastecimento humano, por parte da Companhia de Abastecimento
de Alagoas (Casal), que suspendeu o serviço. Toda a população da área
ficou sem agua nas torneiras. “O que se observa é que, quando aumenta a
vazão do rio, a água melhora. Quando diminui, o líquido fica escuro e
com um cheiro forte”, explica um dos técnicos da Casal.
O Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF) pressiona
para que, diante das evidências, se invista rapidamente em pesquisas
com vistas a solucionar o problema de maneira eficaz e de forma mais
rápida possível.
Diante do problema, por sugestão do Comitê, foi criado um grupo de
trabalho (GT), formado por especialistas e técnicos de diversos órgãos, a
exemplo da própria Casal, Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS),
Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf), Universidade Federal de
Alagoas (Ufal), entre outros.
O grupo tem uma reunião amanhã, na qual serão discutidas ações a
serem adotadas com urgência, a fim de encontrar uma solução para o
problema. O encontro está agendado para as 10h, em local a ser definido.
O Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco é um órgão
colegiado, integrado pelo poder público, sociedade civil e empresas
usuárias de água, que tem por finalidade realizar a gestão
descentralizada e participativa dos recursos hídricos da bacia, na
perspectiva de proteger os seus mananciais e contribuir para o seu
desenvolvimento sustentável. A diversidade de representações e
interesses torna o CBHSF uma das mais importantes experiências de gestão
colegiada envolvendo Estado e sociedade no Brasil.