terça-feira, 12 de maio de 2015

Na CPI, doleira canta Roberto Carlos



A doleira Nelma Kodama, condenada a 18 anos de prisão nos processos da Operação Lava Jato, cantou trecho de uma música de Roberto Carlos para explicar aos deputados da CPI da Petrobras como era sua relação com o doleiro Alberto Youssef. Conhecida como 'Dama do Mercado', Nelma é a primeira a falar à comissão parlamentar, em Curitiba, base das investigações da Lava Jato, hoje.
Ela contou aos deputados que o conheceu no dia 20 de agosto de 2000. O deputado Altineu Côrtes (PR-RJ) a questionou se ela era amante de Youssef.
"Sob meu ponto de vista, eu vivi maritalmente com Alberto Youssef do ano de 2000 a 2009. Amante é uma palavra que engloba tudo, né? Amante é esposa, amante é amiga", disse. "Tem até uma música do Roberto Carlos: a amada amante, a amada amante. Não é verdade? Quer coisa mais bonita que ser amante? Você ter uma amante que você pode contar com ela, ser amiga dela."
Em seguida, a doleira cantarolou "Amada Amante", sucesso do Rei da Jovem Guarda em 1971.
Durante a explicação, ela foi interrompida pelo deputado Hugo Motta (PMDB-PB). "Senhora Nelma, como presidente dessa CPI, nós não estamos aqui em um teatro. Peço que Vossa Senhoria se detenha a responder as perguntas, mantendo a ordem e o respeito ao Congresso Nacional, que neste momento está aqui fazendo uma apuração."
"Mas eu gostaria de responder, então", disse Nelma.
"Responder com respeito, não cantando, nós não estamos aqui em um show", garantiu o deputado Hugo Motta.
"A minha pergunta se a senhora foi amante dele, a senhora já respondeu. Estou satisfeito", encerrou a discussão o deputado Altineu Côrtes.
Em seus e-mails e mensagens, captados pela Polícia Federal, Nelma gostava de usar pseudônimos como Greta Garbo, Cameron Diaz e Angelina Jolie.