quinta-feira, 21 de maio de 2015

Medidas do ajuste são dramáticas, diz Marina



A ex-ministra Marina Silva (PSB) criticou, hoje, em Campinas, a forma como o governo federal tenta aprovar no Congresso as medidas do ajuste fiscal, consideradas por ela como "dramáticas", pois impõem sacrifícios à população "enquanto o governo não está disposto a sacrificar-se". O governo Dilma Rousseff propôs mudanças no acesso a seguro-desemprego e a pensões, entre outras medidas, para reduzir gastos.
Para Marina, as dificuldades que o governo vem enfrentando para a aprovação das medidas do ajuste fiscal no Congresso demonstram "o colapso da velha composição pragmática", baseada na distribuição de cargos, na qual se sustenta o governo. "Demonstra o esgotamento do modelo de coalização", ponderou. É preciso, segundo ela, mudar a forma de se obter maioria e que o instrumento para isso deve ser a discussão programática e não o pragmatismo. Parlamentares do PT e de partidos aliados resistem a aprovar as medidas enviadas pelo governo.
Na avaliação da ex-ministra, a falta de autocrítica do governo contribui para as crises econômica e política. Se, anteriormente, disse, a situação não tivesse sido classificada como "marolinha" e tivessem sido adotadas medidas de combate aos problemas econômicos, a situação poderia não ser tão "dramática". "A população se sente enganada, o que afeta a credibilidade e dificulta o avanço", considerou. Ela, porém, classificou as medidas do ajuste como “amargas, mas necessárias no contexto em que o País vive atualmente".