Na sua primeira manifestação pública depois do anúncio do megacorte
orçamentário de R$ 69,9 bilhões, o ministro Joaquim Levy (Fazenda) soou
claro como água de bica: “Acabou o dinheiro”. Ao lado do colega Aloizio
Mercadante (Casa Civil), ele sinalizou que os investimentos de longo
prazo terão de ser providos pela iniciativa privada. E o mínimo que o
governo tem de fazer é manter o equilíbrio fiscal.
Levy negou que tivesse pensado em demitir-se. Embora o mundo saiba
que ele defendia uma tesourada maior, o ministro chamou o corte de
“adequado”. Disse que não compareceu ao anúncio, na sexta-feira, porque
estava gripado. Nesse ponto, Levy tossiu levemente. Os repórteres
gargalharam. Foi como se dissessem: “Fala sério!”