Na
noite da última sexta-feira (17), a Polícia Federal encaminhou ao
Supremo Tribunal Federal (STF) documentos com provas e depoimentos de
três deputados. Os parlamentares deram as declarações na semana passada,
em inquérito válido pela Operação Lava Jato.
No
mês de março, o ministro do STF, Teori Zavascki autorizou a abertura de
inquéritos com o intuito de investigar 50 pessoas, destas, 48 são
políticos. Os documentos que foram encaminhados na noite da última
sexta-feira (17) ao Supremo referem-se a um dos inquéritos com 39 nomes
investigados que apura se existiu de fato uma quadrilha com a intenção
de fraudar a Petrobras.
Durante
o depoimento do deputado Luiz Carlos Heinze (PP-RS), prestado no último
dia 10, o parlamentar afirmou que “já havia ouvido falar sobre esquemas
de corrupção dentro do partido”. No entanto, Heinze negou qualquer tipo
de participação no suposto esquema, e afirmou não saber quem
participava.
De
todos os sete partidos listados nesta fase da operação, o PP é o que
mais tem nomes sob suspeita. Ao todo, são 31 membros investigados. Além
dele, os deputados Renato Molling e Jerônimo Goergen, todos do PP-RS,
também foram ouvidos pela PF.
Heinze
afirmou que não conhece o doleiro Alberto Yussef, e disse acreditar que
seu nome tenha sido usado indevidamente por lideranças do partido que
se beneficiaram do esquema.
“[Ele
disse] que, como parlamentar integrante dos quadros do PP, já tinha
ouvido falar de esquemas de corrupção dentro do partido. Que [ele
próprio] não tinha envolvimentos com a cúpula do partido [... e] que não
sabe exatamente quem participava" do suposto esquema, diz o documento
da PF.
O
deputado também assumiu ter se encontrado com o ex-direto de Refino e
Abastecimento da Petrobras uma vez, em 2006 ou 2007, mas afirmou que não
tem relação com a indicação do nome de Costa ao cargo de alto escalão
da Petrobras. Ainda segundo Heinze, no último dia 24, ele desafiou os
integrantes do diretório nacional do PP a provar que ele havia recebido
dinheiro do esquema de corrupção. (Do Jornal do Brasil)