Juiz Sergio Moro
Responsável pela condução dos processos da Operação Lava Jato na 1ª
instância, o juiz Sergio Moro defendeu nesta terça-feira (7) em ofício
enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF) que o presidente da UTC
Engenharia Ricardo Pessoa permaneça preso. Na carceragem da Polícia
Federal em Curitiba há três meses, Pessoa negocia um acordo de delação premiada com a Justiça,
em troca de punição mais branda por envolvimento do esquema de
corrupção da Petrobras. Ele terá um pedido de habeas corpus julgado pela
Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal, que é formada pelos
ministros Teori Zavascki, Celso de Mello, Cármen Lúcia, Gilmar Mendes e
Dias Toffoli. Ao Supremo, Moro reiterou a necessidade de manter o
empresário preso. "A prisão preventiva mostra-se necessária para
interromper a prática habitual e reiterada de pagamentos de propinas a
agentes públicos pela UTC Engenharia comandada por Ricardo Ribeiro
Pessoa e que, inclusive, estendeu-se pelo ano de 2014 já durante as
investigações da Operação Lava Jato", disse o juiz. De acordo com
informações da revista Veja, com ou sem habeas corpos, Pessoa estaria
decidido a colaborar com a Justiça por meio da delação premiada, em que
relevaria, entre outras coisas, que pagou despesas pessoais do
ex-ministro José Dirceu e deu 30 milhões de reais, em 2014, a
candidaturas do PT, incluindo a presidencial de Dilma Rousseff (PT).
Ainda segundo a publicação, o executivo pode revelar detalhes da
participação dos ministros Jaques Wagner (Defesa) e Edinho Silva
(Secretaria de Comunicação Social), tesoureiro da campanha de Dilma em
2014, na arrecadação de dinheiro para candidatos do Partido dos
Trabalhadores.