domingo, 8 de março de 2015

Lava Jato: Eduardo Cunha nega acusação de doleiro Alberto Youssef



Lava Jato: Eduardo Cunha nega acusação de doleiro Alberto Youssef

Um dos 34 parlamentares alvo de inquérito no Supremo Tribunal Federal sob suspeita de participar do esquema de desvios da Petrobras, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, divulgou nota neste domingo (8) em que nega a acusação do doleiro Alberto Youssef que, em delação premiada, afirmou que ele teria pressionado fornecedoras da Petrobras para recebimento de propina e rechaçou a reportagem publicada hoje na imprensa, que afirma que dois requerimentos da Câmara reforçam as acusações do doleiro contra Youssef. "Bastava uma simples pesquisa no portal da Câmara para ver todas as propostas que apresentei, e isso posso provar. Só que ele, o procurador, não tem como provar. Simplesmente não fiz qualquer representação e se, por ventura, outros parlamentares fizeram, por que, então, o procurador não pediu inquérito dos outros parlamentares?", escreveu o deputado em nota publicada no seu site da internet. Segundo reportagem do jornal O Globo, após uma suspensão da propina paga pelos fornecedores, o doleiro afirmou que Eduardo Cunha pediu "a uma Comissão do Congresso para questionar tudo sobre a empresa Toyo, Mitsui e sobre Camargo, Samsung e suas relações com a Petrobras, cobrando contratos e outras questões". Segundo o doleiro, "este pedido à Petrobras foi feito por intermédio de dois deputados do PMDB". Os deputados que apresentaram requerimentos, de acordo com a reportagem, foram: Solange Almeida (PMDB/RJ) e Sérgio Brito (PSD/ BA). Para Cunha, a pesquisa deveria ter sido feita pelo procurador-geral da República antes do pedido de abertura do inquérito. "A minha pergunta é a seguinte: se havia suspeição de que este requerimento fosse para o fim levantado no depoimento do delator, por que não se abriu inquérito contra estes dois deputados?", afirmou o presidente da Câmara. Ele diz ainda nas eleições de 2014 a deputada Solange, que se elegeu prefeita de Rio Bonito, "deu apoio parcial a uma dobradinha que fiz com o deputado estadual Paulo Melo, então presidente da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj)". "Não se pode confundir eventuais apoios políticos na eleição de 2014 com requerimento de 2011 da deputada, no exercício legitimo do seu mandato", afirmou. Cunha diz que a tentativa de ligá-lo ao requerimento da deputada é "forçar a barra" para criminalizá-lo . "Querer atribuir a mim a responsabilidade de atos legítimos do exercício de mandato de cada um é uma tentativa de forçar a barra para a mim imputar responsabilidade", disse na nota. O presidente da Câmara usa ainda o pedido de arquivamento das acusações contra o senador Delcídio Amaral (PT-MS) para reforçar seu entendimento de que o procurador-geral Rodrigo Janot "escolheu a quem investigar" e diz que o arquivamento "causa estranheza".