terça-feira, 17 de março de 2015

Eduardo Salles propõe mutirão de trabalho para solucionar problema da seca no Vale do São Francisco



A Comissão de Agricultura e Política Rural da Assembleia Legislativa da Bahia recebeu nesta terça-feira (17) representantes da CODEVASF (Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba) e do setor produtivo do Vale do São Francisco para uma sessão especial, com o objetivo de discutir a questão da seca na região. Também participaram da sessão os prefeitos de Juazeiro e Sobradinho, Issac Carvalho e Luiz Vicente Berti.

Estudos feitos pela CODEVASF apontam que os perímetros mais críticos são os projetos de irrigação Maniçoba e Pedra Branca, nos municípios de Juazeiro e Curaçá/Abaré, onde o risco de colapso é iminente. "Só em Juazeiro, mais de 100 mil pessoas serão afetadas pela falta d'água", avalia Petrônio Campos, técnico da Companhia. Segundo ele, seria necessário investir de seis a oito milhões em flutuantes, que se assemelham ao que foi feito no Sistema Cantareira. Os flutuantes são equipamentos que recebem motobombas e podem bombear água para canais.

O deputado Eduardo Salles, membro titular da Comissão, sugeriu que o grupo do qual faz parte fosse à Brasília para uma reunião com o Ministério da Integração Nacional, da qual também participariam o Governo do Estado da Bahia e três secretarias envolvidas na questão: SDR (Secretaria de Desenvolvimento Rural), SEAGRI (Secretaria da Agricultura, Pecuária, Irrigação, Pesca e Aquicultura) e SIHS Secretaria de Infraestrutura Hídrica e Saneamento). "O objetivo da reunião seria captar recursos para solucionar o problema desses dois projetos cuja situação é crítica", explica o deputado.

O segundo passo seria a criação de um grupo técnico, liderado pela CODEVASF e formado por profissionais de nível nacional e internacional, para estudar quais são as melhores opções captação de água, visando a manutenção da irrigação das demais áreas. "E não estamos falando apenas dos grandes projetos de irrigação. Os irrigantes ribeirinhos também estão sofrendo muito", completa Eduardo Salles, lembrando ainda dos estados de Pernambuco, Alagoas e Sergipe, que também são afetados pela grave situação. "Depois dos estudos, é necessário fazer uma mobilização política, independente de partidos. Todos os poderes devem se juntar em mutirão para cuidar disso com o zelo necessário", defende o deputado.

Atualmente, o Lago de Sobradinho encontra-se com apenas 18% de sua capacidade. No mesmo mês do ano passado, o volume útil passava de 50%. A situação ameaça 240 mil empregos em mais de 120 mil hectares irrigados, que movimentam a economia da região do Vale do São Francisco. "Sou uma pessoa da área e confesso que nunca vi nada igual. A situação é realmente muito grave e é preciso que as providências sejam imediatas e objetivas", completa.