quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Santuários eleitorais do Bolsa-Família

Santuários eleitorais do Bolsa-Família 
Nailde Maria, na Prefeitura e no Bolsa-Família
POTIRETAMA (CE) – Poder paralelo nos grotões nordestinos, o programa Bolsa Família, que fez da pequena Potiretama, no Sertão cearense do Jaguaribe, a 277 km de Fortaleza, se projetar nacionalmente como a terceira maior votação proporcional da presidente Dilma no País, é uma zorra total, parodiando o programa global. Existem muitas distorções entre os 1.202 beneficiários, como servidores públicos concursados.
É o caso da assistente de saúde Nailde Maria Gurgel, que trabalha numa clínica de fisioterapia da Prefeitura, em frente da sua casa, no centro da cidade. Procurada pela reportagem, ela revelou que recebe R$ 102,00 por ter dois filhos, um dos quais na escola, o que lhe garante o direito da bolsa. “Sou concursada da Prefeitura, mas ganho pouco, meu marido está desempregado e a gente precisa deste complemento”, afirmou.
Perguntada se não estava irregular, Nailde disse que não sabia, mas informou que, se fosse, na verdade, o caso, não seria a única. “Não vou entregar ninguém, mas deve ter muito mais gente nessa situação”, afirmou, referindo-se a cadastrados com renda superior ao exigido no município em razão do valor da ajuda governamental ser baixa.
Nailde é eleitora de Dilma, “a mãe dos pobres”, como define. Afirma que a quase totalidade dos eleitores de Potiretama foram às urnas dar o aval pela reeleição da presidente por ela representar a certeza de que os menos favorecidos nos rincões nordestinos continuarão sendo amparados pelo Governo. “Votei em Dilma pelo que ela fez e pode fazer ainda mais pela nossa gente sofrida”, afirmou.