sexta-feira, 14 de novembro de 2014

Empreiteiras tinham clube com coordenador e reuniões



Sétima fase da Operação Lava Jato
Da Folha de S.Paulo - Mário Cesar Carvalho e Rubens Valente
O cartel de empreiteiras que atuava para fraudar licitações em contratos na Petrobras era chamado de "clube" pelos participantes. A informação foi dita por um executivo que fazia parte do esquema ao Ministério Público Federal do Paraná. O "clube" tinha como "coordenador" o empresário Ricardo Ribeiro Pessoa, sócio da UTC Engenharia, sediada em São Paulo. A empresa é colaboradora ativa de doações de campanhas políticas no país desde, pelo menos, 2006.
O papel de Pessoa, conforme o executivo Augusto Ribeiro de Mendonça Neto afirmou ao Ministério Público, "era o de organizar as reuniões, era ele quem convocava os representantes das empresas para as reuniões, entregava as listas para Renato Duque e estabelecia contato direito com ele".
Renato Duque, preso nesta sexta-feira (14) pela Polícia Federal na sétima fase da Operação Lava Jato, ocupou entre 2003 e 2012 o cargo de diretor de serviços da Petrobras. Ele foi indicado ao cargo pelo ex-ministro da Casa Civil José Dirceu (PT-SP).
Mendonça Neto afirmou que ele próprio era o representante da empresa Toyo-SOG no "clube", que seria formado, segundo ele, por Odebrecht, UTC, Camargo Corrêa, Techint, Andrade Gutierrez, Mendes Júnior, Promon e MPE, além da Toyo-SOG.