As declarações do ex-diretor, já confirmadas em parte pelo doleiro Alberto Youssef, devem botar contra a parede grande número de políticos e inflamar ainda mais o clima no Congresso nesta fase após a reeleição de Dilma Rousseff. Pela gravidade das acusações, o surgimento de nomes vinculados às fraudes será mais um ingrediente na crise que só cresce desde a primeira vez em que Costa foi preso, em março.
INCENDIAR O CONGRESSO
— Se for comprovado o envolvimento dos parlamentares, isso vai ter uma repercussão muito forte no Congresso, que é o espaço próprio para se discutir essas questões político-partidárias — disse o presidente da Associação Nacional dos Procuradores da República, Alexandre Camanho.
Costa e Youssef também denunciaram
grandes empreiteiras e contratos bilionários delas com a Petrobras. Só
em um dos casos, Costa confessou ter recebido US$ 23 milhões da
Odebrecht, o equivalente à soma dos empréstimos que, segundo o STF, o
lobista Marcos Valério simulou para abastecer os dutos do mensalão. A
empresa nega. Para procuradores e delegados, as investigações principais
nem começaram.
TENSÃO PROLONGADA
Investigadores suspeitam que parte do esquema da Petrobras era
reproduzido em outros órgãos. Nas investigações já começam a aparecer
referências ao Dnit e à Eletrobras, entre outras frentes de investigação
que devem ser abertas. Costa continua disposto a colaborar, o que pode
prolongar a tensão no Congresso e na Petrobras.— O compromisso dele é colaborar com a investigação — afirmou João de Baldaque Mestiere, um dos advogados de Costa.