terça-feira, 14 de outubro de 2014

Relator recomenda cassação de Argôlo por ligação com doleiro preso


Parecer ainda precisa ser votado por deputados do Conselho de Ética.
Argôlo é investigado por suposto envolvimento com Alberto Yousseff.


Deputados discutem caso de Argôlo em reunião do Conselho de Ética (Foto: Henrique Valverde / G1)

 
Deputados discutem caso de Argôlo em reunião do Conselho de Ética (Foto: Henrique Arcoverde / G1)
O deputado Marcos Rogério (PDT-RO), relator do processo contra Luiz Argôlo (SD-BA) no Conselho de Ética da Câmara, votou nesta terça-feira (14) a favor da perda do mandato de parlamentar. O relatório ainda precisa ser aprovado pelo conselho, antes de ser votado no plenário da Câmara.
Argôlo responde a processo no conselho por quebra de decoro parlamentar devido ao suposto envolvimento com o doleiro Alberto Youssef. Segundo a Polícia Federal, o deputado recebeu dinheiro ilícito do doleiro, o que ele nega.
O processo contra Argôlo foi instaurado em maio, a partir de uma representação do PSOL para que o Conselho de Ética investigasse a relação do deputado com o Youssef. O doleiro é acusado pelo Ministério Público Federal de ser um dos líderes de esquema de lavagem de dinheiro e evasão de divisas que teria movimentado cerca de R$ 10 bilhões.

Em seu voto, o deputado Marcos Rogério afirmou que “em virtude das fortes provas constantes no processo e as claras contradições presentes no depoimento do deputado Luiz Argôlo, a conclusão é inevitável”.
“Suas relações [de Argôlo] com Alberto Yousseff, longe de serem apenas referentes à venda de um imóvel, envolveram tráfico de influência, a prática de negócios e pagamentos ilícitos, bem como, possivelmente, corrupção e lavagem de dinheiro. Tais atividades levaram o representado [Argôlo] ao cometimento de atos claramente contrários à ética e ao decoro parlamentar”, concluiu o deputado.
Rodrigo Bethlem
Durante a reunião do Conselho de Ética desta terça, o presidente do conselho, Ricardo Izar (PSD-SP), nomeou Paulo Freire (PR-SP) como relator do processo de quebra de decoro parlamentar contra Rodrigo Bethlem (PMDB-RJ). Freire deverá apresentar na próxima terça (24) relatório preliminar em que analisará se o processo contra Bethlen deve ter continuidade no conselho.
De acordo com reportagem publicada pela revista “Época”, Bethlem disse, em gravação vazada por sua ex-mulher, ter recebido propina de organizações não-governamentais (ONG's) que tinham contrato com a prefeitura do Rio na época em que ele estava licenciado da Câmara e exercia o cargo de secretário de Assistência Social do Rio.