O
presidente da CPI mista da Petrobras, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB),
enviou, ontem, ao Supremo Tribunal Federal (STF) novo pedido de acesso à
íntegra da delação premiada feita pelo ex-diretor de Abastecimento da
estatal Paulo Roberto Costa. A decisão ocorreu após o ministro do STF
ter homologado, na semana passada, as cláusulas do acordo com Costa, que
lhe permitiu deixar a carceragem da Polícia Federal em Curitiba (PR)
para cumprir pena em regime domiciliar no Rio de Janeiro.
Desde 29 de
agosto, Costa revelou em sucessivos depoimentos o esquema de corrupção e
lavagem de dinheiro na Petrobras. Ele envolveu os nomes de 32 deputados
e senadores e um governador que teriam recebido propinas. No despacho
que homologou o acordo Teori Zavascki informa que "há elementos
indicativos de possível envolvimento de várias autoridades detentoras de
prerrogativa de foro perante tribunais superiores, inclusive
parlamentares federais, o que atrai a competência do STF".
Logo após o
anúncio da homologação do acordo, o presidente da CPI adiantou ao
Broadcast Político que enviaria até ontem o ofício ao ministro do
Supremo pedindo acesso à delação. No novo documento remetido ao STF,
Vital cita um artigo de uma lei de 1952, que dispõe sobre o
funcionamento das comissões parlamentares de inquérito, que determina
que a CPI pode "determinar as diligências que reportarem necessárias"
para suas investigações e reitera o teor do pedido já feito no dia 10 de
setembro.