Com
a retomada das atividades parlamentares, depois do segundo turno das
eleições, parlamentares do Conselho de Ética da Câmara aprovaram hoje,
por 13 votos a 4, o pedido de cassação do deputado Luiz Argôlo (SDD-BA),
acusado de participar de negócios ilegais com o doleiro Alberto
Youssef, preso na Operação Lava Jato, da Polícia Federal, em março deste
ano.
Em seu
relatório, o deputado relator Marcos Rogério (PDT-RO), que foi duramente
criticado por alguns colegas, defendeu a perda do mandato de Argôlo,
por quebra de decoro parlamentar. Primeiro a falar na reunião, o
deputado Wladimir Costa (SDD-PA), um dos parlamentares que pediu vista
na última sessão do conselho, disse que se debruçou sobre o relatório e
“cada vez mais me convenço da inocência do deputado”, afirmou, lembrando
que Argôlo perdeu a disputa pela eleição na Bahia.
“Sou um
dos mais antigos neste conselho. Nunca acompanhei tamanha discrepância
em uma acusação. O relator não apresentou prova material. Tudo que fez
foi ler supostas transcrições de degravações da Polícia Federal”,
ressaltou. “Provas materiais não existem. Uma única prova para que a
gente possa tomar iniciativa para limpar o nome desta Casa”, apelou.
A
votação do parecer deveria ocorrer no último dia 22, mas a proximidade
com o segundo turno das eleições adiou a decisão pela segunda vez. Na
reunião anterior, um pedido de vista coletivo dos deputados Sérgio Brito
(PSD-BA), Wladimir Costa (SDD-PA) e Pastor Eurico (PSB-PE) já havia
transferido a votação.