O senador Aécio Neves
(PSDB-MG), candidato à Presidência, indicou nesta quinta-feira (9) que
não abrirá mão da proposta de redução da maioridade penal em casos de
crimes graves para obter o apoio de Marina Silva (PSB) no segundo turno
das eleições. O tucano afirmou que uma aliança deve ser feita tendo como base "o essencial". "O essencial hoje é a mudança."
"O caso não é abrir mão de
propostas. É aprimorarmos. Se formos reconstruir o projeto desde o
início, não estaremos fazendo uma aliança. Aliança tem que acontecer em
torno do essencial. O essencial hoje é a mudança. E eu, pela vontade de
grande parte dos brasileiros, tenho a responsabilidade de conduzir essa
mudança", disse Aécio, em coletiva de imprensa em seu comitê no Leblon,
zona sul do Rio.
Em carta endereçada aos
partidos que compuseram sua coligação, Marina afirmou que o apoio ao
tucano dependerá da resposta que ele der às sugestões apresentadas por
seu grupo político. Ela e seus aliados exigem do tucano uma sinalização
clara à esquerda, o que inclui o abandono de uma de suas principais
bandeiras de campanha, a proposta de redução da maioridade penal, hoje
de 18 anos.
O senador voltou a defender
a redução da maioridade penal para casos de crimes graves, após a
avaliação do Ministério Público e da Justiça. O senador disse que a
alteração atingiria apenas 1% das infrações cometidas por jovens entre
16 e 18 anos.
O tucano afirmou, contudo, ver mais convergências do que divergências entre o seu plano de governo e o de Marina.
"Nosso programa tem muita
inserção social, educação e sustentabilidade. Mas, quando se busca um
apoio no segundo turno, não pode nos levar também a abdicar daquilo que
acreditamos que seja essencial para o país. Vejo muito mais
convergências entre o que tenho ouvido das propostas da candidata Marina
do que divergências." (Da Folha de S.Paulo)