A
pesquisa presidencial do Ibope, ontem, apontou um quadro estável. Dilma
mantém a liderança com 38%, Aécio vem em seguida com 23% e Eduardo
aparece com 9%.
O
cenário de segundo turno ainda é duvidoso, mas um dado chama atenção:
Dilma não consegue reduzir a sua taxa de rejeição, que é a maior de
todos os candidatos, quase o patamar daqueles que se manifestam pela sua
reeleição: 36%.
Com
uma rejeição estratosférica dessas é muito provável que haja um segundo
turno. Aliás, uma tendência histórica, porque o PT nunca ganhou eleição
presidencial no primeiro turno. Até com Lula, houve segundo turno,
tanto na primeira vez em que ganhou em 2006 quanto na reeleição, em
2010.
Para
reduzir uma taxa alta de rejeição assim, a presidente naturalmente
optará na propaganda eleitoral para mostrar as ações do seu governo em
que a mídia, mesma com tamanha propagação, não foi capaz de chegar até
ao segmento que desaprova o seu governo ou que se nega a votar nela,
mais uma vez.
Os
adversários da candidata líder das pesquisas já sabem, também, por onde
atacar no guia eleitoral: a temeridade do eleitor. Entre os que estão
na corrida presidencial o que atravessa a zona mais confortável em
termos de rejeição é o socialista Eduardo Campos, com apenas 9%,
enquanto o tucano Aécio Neves tem a metade de Dilma – 16%.
Candidato
com baixa taxa de rejeição tem, portanto, mais capacidade para crescer
ao longo da campanha na televisão e no rádio, fase em que a população é
obrigada a se envolver no processo, mesmo não querendo, porque as
inserções comerciais de 30 segundos, as mais importantes, são veiculadas
em toda a grade televisiva, inclusive no horário de maior ibope, a
novela das oito.
BATEU DURO–
Ao discursar, anteontem, em evento de campanha com as principais
centrais sindicais do País em São Paulo, a presidente Dilma partiu para a
ofensiva contra o tucano Aécio Neves, com quem polariza o debate da
governança. “Nós aproveitamos o nosso período de governo com Lula e
pagamos o FMI. Eles elevaram a inflação à estratosfera, antes de
entregar o governo para nós. Eles levaram o Brasil ao desemprego e ao
arrocho salarial”, afirmou.