Parlamentares
de oposição tentarão usar a próxima reunião da CPI mista da Petrobras
para marcar o depoimento do ex-diretor da estatal Paulo Roberto Costa ao
colegiado. A comissão deve se reunir na próxima quarta-feira para votar
requerimentos e, embora já existam diversos pedidos de convocação do
engenheiro, o depoimento ainda não tem data marcada. Oposicionistas
ouvidos pelo Correio esperam de Costa uma atuação
diferente da CPI da Petrobras no Senado, em julho, quando ele negou
qualquer irregularidade na petrolífera. “Pode-se fazer auditoria por 50
anos na Petrobras, mas não vai se achar nada de ilegal. Porque não há
nada ilegal na Petrobras”, chegou a dizer ele, na ocasião.
Costa negocia um acordo de
delação premiada com o Ministério Público Federal e com a Polícia
Federal desde a deflagração, na última sexta-feira, da sexta fase da
Operação Lava-Jato. A PF cumpriu 11 mandados de busca e apreensão em
empresas ligadas ao ex-diretor da Petrobras. O engenheiro chegou
inclusive a mudar de advogada, contratando uma profissional
especializada em acordos de delação premiada.
“Na primeira ocasião (na
CPI do Senado), ele estava orientado pelo advogado a agir de uma certa
forma. Agora, a orientação jurídica que ele receberá será outra,
especialmente no caso de ele conseguir o acordo de delação premiada. E
aí passa a ser prioridade para a CPI colher o depoimento dele”, disse o
líder do PSDB na Câmara, deputado Antônio Imbassahy (BA).