terça-feira, 15 de julho de 2014

Senador mineiro Clésio Andrade renuncia ao mandato

Em rede social, político informou que deixa cargo por motivos de saúde.
O político do PMDB é réu no processo do mensalão tucano.


O senador Clésio Andrade.  (Foto: Bruno Peres/CB/D.A Press)

 
O senador Clésio Andrade deixa o Senado
(Foto: Bruno Peres/CB/D.A Press)
Clésio Andrade (PMDB-MG) renunciou, nesta terça-feira (15), ao mandato de senador. Em uma rede social, o político, que é um dos réus no mensalão tucano, informou que deixa o cargo por motivos de saúde e para se dedicar a um tratamento médico.
O pedido de renúncia foi lido nesta tarde, em plenário, pelo presidente em exercício do Senado, o senador Jorge Viana (PT-AC). No ofício, o peemedebista informa que pede a renúncia “por motivo de acometimento de problema de saúde” e que precisará passar por tratamento durante o tempo que o resta de mandato.
“Não optei por licença, uma vez que considero prejuízo ao Erário público o recebimento sem o respectivo desempenho das funções e para ser coerente com a austeridade que imprimi durante todo o meu mandato de Senador com relação às verbas de representação e gastos com o gabinete”, justificou Andrade no ofício.

A carta de renúncia deverá será publicada no Diário do Senado desta quarta (16). Segundo a Secretaria-Geral da Mesa Diretora do Senado, o segundo suplente, Antônio Aureliano Sanches de Mendonça, deve ser convocado a assumir o cargo. Andrade ocupava a vaga no Senado desde 2011, substituindo o titular do mandato Eliseu Resende, que morreu em janeiro daquele ano.

O político chegou a ser lançado como pré-candidato ao governo de Minas na disputa eleitoral deste ano. Em 23 de abril, entretanto, ele anunciou a desistência da pré-candidatura. Segundo o PMDB informou na época, ele aceitou a decisão do partido de se coligar ao PT. Também em abril ele se licenciou da presidência da Confederação Nacional do Transporte (CNT) e do Sest Senat.

Menssalão tucano
De acordo com o Ministério Público, o esquema desviou recursos para a campanha eleitoral de Eduardo Azeredo, que concorria pelo PSDB, em 1998. O processo do peemedebista havia permanecido no Supremo Tribunal Federal (STF), pelo foro privilegiado devido ao cargo de senador. A ação contra os demais réus corre na Justiça em Minas, inclusive o processo de Azeredo, que perdeu o foro ao renunciar em fevereiro deste ano.
De acordo com a assessoria Supremo Tribunal Federal (STF), o relator da ação penal, o ministro Luis Roberto Barroso, deve decidir se o processo de Clésio Andrade será enviado ou não para a 1ª instância da Justiça mineira. Barroso está em férias, e o caso deve ser analisado após retorno do recesso. Segundo a assessoria, a decisão poderá ser tomada individualmente ou levada a plenário, como ocorreu na situação de Eduardo Azeredo.

Veja a íntegra da carta de renúncia de Clésio Andrade lida no plenário do Senado:
“Sr. Presidente,
Venho, através deste, informar a V. Exª a minha decisão de renunciar ao meu mandato de Senador da República.
Faço-o por motivo de acometimento de problema de saúde (laudo médico anexo), que acarretará procedimentos e tratamentos que se estenderão pelo tempo que resta de meu mandato.
Não optei por licença, uma vez que considero prejuízo ao Erário público o recebimento sem o respectivo desempenho das funções e para ser coerente com a austeridade que imprimi durante todo o meu mandato de Senador com relação às verbas de representação e gastos com o Gabinete.
Nesses termos, renuncio ao meu mandato de Senador da República pelo Estado de Minas Gerais, agradecendo ao povo mineiro e aos Senadores dessa Casa, com a certeza de dever cumprido e de que deixo esse mandato a cargo de uma pessoa preparada para assumi-lo, o Sr. Antônio Aureliano Sanches de Mendonça, filho do saudoso ex-Vice-Presidente da República Federativa do Brasil, Sr. Antônio Aureliano Chaves de Mendonça.
Solicito a imediata leitura deste Ofício em Plenário, bem como sua publicação.
Senador Clésio Soares de Andrade”.