sábado, 26 de julho de 2014

''Lula perdeu a credibilidade'', diz Fernando Henrique



O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) é destaque de capa da revista ISTOÉ que circula nas bancas neste final de semana, numa longa entrevista, na qual discorre sobre todos os aspectos da vida econômica e política do país, no passado e atual. Para ele, não é estimulante o quadro atual do país nesse aspecto: 'Há uma fadiga em relação ao governo', 'existe um mal-estar no país', '., o Lula não perdeu popularidade mas perdeu a credibilidade. O mensalão arranhou muito.’’. E o mensalão mineiro, que atingiu quadros do PSDB? Teve pouca repercussão. ‘’E, por outro lado, o Eduardo Azeredo é um cara correto.’’
Eis alguns tópicos do que disse Fernando Henrique na entrevista a Sérgio Pardellas, da ISTOÉ:
’’O Vou ser sincero: há dois anos eu não acreditava na possibilidade de uma derrota eleitoral do governo. Hoje eu acho possível transformar esse mal-estar em algo que tenha consequência eleitoral.’’
‘’O Bolsa Escola fui eu que fiz, copiando o exemplo de Goiás, com Marconi Perillo, para dar cidadania e entregando os recursos para a mulher. Foi decisão do meu governo.’’
‘’O Fome Zero do Lula ficou um ano sem sair do papel. Depois eles perceberam que era melhor pegar o plano anterior, que era o das Bolsas. Não houve mudanças radicais quando mudou o governo.’’
‘’O Aécio não vai mexer na política do Bolsa Família. O que deverá fazer é aumentar o mercado de trabalho. Acompanhar a pessoa que é assistida até ter o emprego, como ocorreu no Chile. O ideal é que as pessoas não sejam dependentes. O Bolsa Família é uma solução de emergência, necessária, mas não para o futuro.
‘’Sempre lutamos para tirar qualquer partido de dentro das empresas. A Petrobras, por exemplo. Nunca pensamos em privatização. É mentira. Nem se cogitou. Queríamos a competição e tirar a influência partidária. O mesmo com o Banco do Brasil e a Caixa Econômica.’’
‘’Há uma fadiga em relação ao governo. Bem, também existe a fadiga da classe média em relação ao PT. Sobretudo em São Paulo. É assustadora essa rejeição de 47% no Estado e 49% na cidade.’’
‘’Para vencer, precisamos consolidar o peso que temos por aqui e reduzir a diferença no Norte-Nordeste. No Estado de São Paulo, o Aécio ganha no segundo turno e, na cidade, no primeiro turno. No Sul, a gente ganha. Na Bahia, estamos razoavelmente bem. Em Pernambuco, o Eduardo Campos, candidato do PSB, vai tirar votos da Dilma. No Ceará, fizemos acordo com Tasso Jereissati e Eunício Oliveira, do PMDB. E temos as prefeituras de Maceió, Teresina, Belém, Manaus, algo que nunca tivemos. Por isso, a chance de ganhar aumentou.’’
''O Aécio explicou que a construção (do aeroporto em terras de seu tio em Minas) se fez em área já desapropriada e pertencente ao Estado de Minas e que seu tio-avô contesta o valor da desapropriação. Se é isso, qual a acusação? Se há denúncia, que haja apuração, mas não creio que isso arranhe a candidatura.’’
''Quem chamou a elite branca para lá (abertura da Copa)? Foi o governo. Sobre os xingamentos, a mim me chocou. Soube, depois, que o que disseram para a Dilma se tratava de um bordão comum nos estádios de futebol. Bem, de qualquer maneira, ir ao estádio é chamar vaia. Qualquer governante. Nas atuais circunstâncias, mais ainda. Mas não é algo isolado: um candidato com 47% de rejeição não pode dizer que quem está contra é somente a elite branca.''
Clique aqui  para ler a entrevista da ISTOÉ na íntegra