Hamilton defende descriminalização de drogas e ataca: 'narcotráfico tem relação com política'
Candidato
ao Senado pelo PSOL, Hamilton Assis voltou a defender, em entrevista ao
programa Acorda Pra Vida, da Rede Tudo FM 102,5, a descriminalização do
uso da maconha. O socialista se mostrou contrário à redução da
maioridade penal e a favor da revisão da política de assistência aos
negros. “Os jovens na faixa entre 15 e 25 anos, negros, vivem o
extermínio. Isso é um problema de Estado. Nós consideramos que o
racismo, neste aspecto, é institucional porque o governo não oferece
soluções”, avaliou. Sobre a candidatura, Assis disse estar "animado" e
que a perspectiva é a "melhor possível", embora tenha sinalizado dificuldades. Ele se mostrou contrário ao financiamento público da campanha.
“É desigual e desproporcional o financiamento de campanha e tempo para
propaganda dos partidos, o que virou um balcão de negócios. Vamos
procurar fazer uma campanha de debate mais franco de nosso governo, no
sentido de afirmar as nossas ideias e dizer que o objetivo principal é
com o povo”, assinalou. Sobre a redução da maioridade penal para crimes
hediondos, Assis criticou. “Acho esse debate um profundo equívoco. Não
podemos trabalhar com a ideia de fatalidade: cadeia ou morte, ao invés
de oferecer escolas. Se pensa em construir cadeias, reduzir maioridade
penal... Isso não resolve problemas”, opinou. O postulante ainda
defendeu a descriminalização das drogas para tentar acabar com a
ilegalidade e citou as relações do crime com a política. “O narcotráfico
tem relação com a política. Precisamos apurar isso. O nosso debate no
Senado e no Legislativo vai em torno da legalização das drogas para
deixar de punir as vítimas e responsabilizar os principais culpados.
Deve ter um conjunto de explicações para que o usuário não seja
criminalizado por isso”, sugeriu.