terça-feira, 15 de julho de 2014

Habeas corpus de Whelan será julgado em até 15 dias, diz defesa

Pedido foi feito na segunda-feira (14) ao Tribunal de Justiça do Rio.
Executivo está preso no Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu.


GNews - Raymond Whelan (Foto: globonews)

 
Whelan ainda não apresentou diploma universitário (Foto: GloboNews)
O pedido de habeas corpus do CEO da Match Services, Raymond Whelan, será julgado em até 15 dias pela 6ª Câmara Criminal, segundo informações da assessoria do advogado do acusado, Fernando Fernandes. O pedido foi feito ao Tribunal de Justiça do Rio (TJ-RJ) nesta segunda-feira (14).

Whelan permanecia em uma cela individual na Penitenciária Bandeira Stampa, no Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, na Zona Oeste, na manhã desta terça-feira (15). De acordo com a Secretaria de Administração Penitenciária (Seap), quando a defesa apresentar o diploma universitário do executivo à Polinter, Whelan deverá ser transferido para a cadeia pública Pedrolino Werling de Oliveira, no mesmo complexo penitenciário.
O inglês Raymond Whelan, executivo da Match Services, acusado de fornecer ingressos para venda ilegal na Copa do Mundo, chega na Cidade da Polícia, no bairro do Jacaré, na Zona Norte do Rio de Janeiro, após ficar 3 dias foragido (Foto: Fernando Souza/Agência O Dia/Estadão Conteúdo)

Whelan na chegada à Cidade da Polícia (Foto:
Fernando Souza/Agência O Dia/Estadão Conteúdo)
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Acusado se entregou
Raymond Whelan se apresentou à Justiça do Rio na segunda-feira (14). Ele estava foragido desde quinta-feira passada (10), quando teve a prisão preventiva decretada por ser acusado de integrar uma máfia internacional de venda ilegal de ingressos da Copa do Mundo.
De acordo com a assessoria de imprensa do advogado Fernando Fernandes, que representa o executivo, Whelan se apresentou à desembargadora Rosita Maria de Oliveira Netto, da 6ª Câmara Criminal da capital, relatora do processo contra os 12 denunciados pelo Ministério Público do Rio (MP-RJ).  Segundo nota enviada pela defesa do executivo, ao se entregar, teria dito ao advogado Fernando Fernandes: “Enfim, poderei iniciar minha defesa criminal”.
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Whelan ficou na carceragem do Tribunal de Justiça do Rio à espera da polícia, que o levou à Polinter, na Cidade da Polícia, no Subúrbio. Em um Voyage preto, ele chegou por volta das 16h20 no local. Às 18h, ele deixou a sede da Polícia Civil em uma van rumo ao Instituto Médico-Legal (IML) para fazer exame de corpo de delito antes da entrada no sistema penitenciário. De lá, seguiu para o Complexo de Gericinó, em Bangu, Zona Oeste, onde estão os outros 10 presos, acusados de integrar a quadrilha.

Defesa alega inocência
O advogado Fernando Fernandes nega que Whelan tenha qualquer ligação com atividade ilícita.

“A relação que ele teve foi absolutamente legal e confirmada pela Fifa. Os demais detalhes estarão na defesa escrita que ele apresentará 10 dias após a defesa ter acesso à integralidade das ligações telefônicas”, disse o advogado, em entrevista ao RJTV.
Em nota, a Match Services voltou a dizer que não houve irregularidade e que pode "assegurar" que Whelan não cometeu "ato ilegal ou irregular". "Temos certeza de que isso será comprovado em breve pelas autoridades brasileiras", diz o texto (leia a íntegra da nota). O presidente da Fifa, Jospeph Blatter, disse que a entidade não tem responsabilidade sobre a venda ilegal de ingressos.
Whelan deixou hotel pela área de funcionários,
como mostraram câmeras de segurança
(Foto: Reprodução / GloboNews)
Fuga de Whelan
Na quinta-feira (10), a Justiça do Rio aceitou a denúncia contra os 12 acusados pelo MP-RJ e decretou a prisão preventiva de 11 deles. Apenas o advogado José Massih não teve a prisão decretada por ter colaborado com as investigações. Ele deixou a prisão na sexta-feira (11), quando terminou o prazo da prisão temporária, e responderá ao processo em liberdade. Todos vão responder pelos crimes de cambismo, organização criminosa, desvio de ingresso e corrupção ativa.
Dos 11 que tiveram a prisão preventiva decretada, apenas Raymond Whelan estava solto. Na quinta-feira, assim que foram expedidos os mandados de prisão, a polícia seguiu para o Hotel Copacabana Palace, na Zona Sul, onde o executivo estava hospedado junto com a delegação da Fifa, que cedeu à Match os direitos sobre a venda dos ingressos da Copa. No entanto, Whelan fugiu antes da chegada dos agentes. Câmeras de segurança do hotel mostraram o executivo deixando o local, ao lado do advogado Fernando Fernandes, pela porta utilizada pelos funcionários.
Segundo a Polícia Civil, Whelan fornecia à quadrilha ingressos da Copa, que eram revendidos ilegamente acima do preço real. Ainda segundo a polícia, a quadrilha era liderada pelo franco-argelino Mohamed Lamine Fofana.