Após
a onda de terror que tomou conta de Amargosa, na noite desta
quarta-feira (16), o secretário estadual de Segurança Pública, Maurício
Barbosa, anunciou, nesta quinta (17), uma série de medidas a fim de
tentar conter a onda de violência na cidade no sudoeste baiano. Em
entrevista ao Bahia Notícias, logo após reunião
com a prefeita Karina Silva (PSB), vereadores, juízes e promotores, ele
informou que está mantido o reforço no efetivo policial, com quase 100
homens, por tempo indeterminado. Armas institucionais também já foram
recuperadas, além de autorizada a reforma "urgente" da delegacia local. A
unidade foi depredada e incendiada em um protesto ocorrido após a morte de uma criança de um ano, que teria sido atingida por um tiro disparado por um agente da Polícia Civil.
O titular da SSP prometeu apuração rigorosa do caso e garantiu que "não
haverá corporativismo", caso as denúncias de moradores contra o
policial se confirmem. "Nós fomos até lá para restabelecer a ordem. A
situação de insegurança criou uma instabilidade. Fui lá para me
solidarizar com a família e cobrar das corregedorias apuração em cima
dos fatos. Não fomos lá para prejulgar ninguém, mas pedir que apertassem
mais o prazo das perícias, depoimentos e apreensões. Se foi policial ou
não foi policial, isso não pode ficar impune. A vida de uma criança foi
ceifada", pontuou Barbosa.
Segundo ele, no encontro com as autoridades do município, foi
relatado que há forte rivalidade entre traficantes de bairros
diferentes, e já é possível concluir que os atentados da noite anterior
tiveram participação não só de populares, mas também de criminosos. "Nós
não temos como assegurar, mas a população diz que não foi o pessoal
revoltado que incendiou a delegacia. Pode ter gente ligada à
criminalidade infiltrada e a gente acredita que sim. Tudo foi iniciado
pela comoção na cidade e se aproveitaram para depredar a delegacia. A
gente também está apurando a responsabilidade das pessoas que causaram
dano ao patrimônio público e levaram risco à vida das pessoas", disse o
secretário, ao estimar que a apuração do caso deve ser concluída em um
mês: "A nossa previsão, se Deus quiser, é finalizar no prazo de 30 dias.
Pode ser antes, como pode ser um pouco depois". A Polícia Civil também
informou ao BN que, dos 16 presos que fugiram da unidade, dois foram
recapturados e outros dois informaram, por meio de advogados, que iriam
se reapresentar.