O dilema da venda de acarajés na Arena da Fonte Nova continua sem definição.
Durante a inauguração da praça esportiva nesta sexta-feira (5) um grupo
de baianas protestou contra o que consideram exclusão da venda da
iguaria baiana nas dependências do estádio. Segundo a presidente da
Associação das Baianas de Acarajé e Mingau (Abam), Rita Santos, 56 anos,
o consórcio que construiu a arena não pensou nas baianas. “Em todos os
estádios da cidade há pontos de venda de acarajé. Se você lembrar, na
antiga Fonte Nova tinha. E no Barradão e em Pituaçu também tem. Nesta
arena, espaço para lanchonete tem muitos, mas, para o acarajé, nenhum”,
afirmou Rita, em entrevista ao Bahia Notícias. Outro ponto que preocupa
as vendedoras é que o comércio do quitute deve ficar a cargo da empresa
que vencer a licitação para fornecer alimentação do estádio, e elas
temem que o petisco possa ser preparado até por micro-ondas. A
presidente da Abam evoca ainda a importância do bolinho não só pelo
comércio, mas pelo valor na cultura soteropolitana. “O acarajé não é
apenas uma comida típica, é um patrimônio imaterial do Brasil
reconhecido pelo Iphan [Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico
Nacional]. Não entendo por que tanto desrespeito da Fifa com a cultura
do nosso país?”, declarou. Com a mesma posição, Meirijane Bonfim, 53, há
mais de 40 anos na profissão, disse que espera o mais rápido possível a
definição da contenda. “Eu me criei na venda do acarajé quando
acompanhava minha mãe e criei meus quatro filhos fazendo esse trabalho
aqui mesmo”, comentou, ao lembrar do antigo estádio. Na inauguração,
integrantes da Abam entregaram uma petição pública à assessoria da
presidente Dilma Rousseff. O documento contém 16 mil assinaturas
coletadas em várias cidades brasileiras. Antes da chegada de Dilma, o
grupo fez também distribuição de acarajés na entrada do estádio.