Após a audiência de negociações realizada terça-feira (03), entre trabalhadores rurais e representantes do Incra, Codevasf, INSS, Banco do Nordeste e Iterpe, os agricultores familiares ligados a Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de Pernambuco (Fetape) deixaram a sede do Incra, em Petrolina, e retornaram aos assentamentos rurais. Durante a reunião foram discutidos os 26 pontos da pauta reivindicatória e as instituições se comprometeram a dar encaminhamento às solicitações da categoria rural. A emissão de declaração do Incra para concessão de benefícios previdenciários aos filhos de assentados; ampliação na distribuição de cestas básicas e promoção de seminários com os movimentos sociais para discutir prioridades dos mesmos foram algumas das reivindicações atendidas.
Para o Secretário de Reforma Agrária e Meio Ambiente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Petrolina, Raimundo Nonato Teles, mais do que resultados concretos, a manifestação alertou os poderes públicos e a sociedade em geral para os problemas do campo, as deficiências da reforma agrária na região e a luta e organização dos trabalhadores por melhores condições de vida. "Como liderança sindical nosso papel é lutar por mais qualidade de vida para o trabalhador rural. O Grito da Terra São Francisco foi o momento de mostrar as nossas dificuldades e anseios e, conseguimos fazer isso através da expressiva mobilização dos agricultores nas ruas. O segundo passo é ficar atento e continuar cobrando ações dos órgãos competentes”, afirmou o sindicalista.
O Grito da Terra São Francisco foi realizado nos dias 02 e 03 de maio pela Fetape e Sindicatos dos Trabalhadores Rurais de Petrolina, Santa Maria da Boa Vista, Lagoa Grande, Dormentes, Cabrobó, Afrânio e também contou com a participação da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e autoridades políticas. As mobilizações incluíram acampamento na sede do Incra, passeatas pelas ruas da cidade e rodadas de negociações.
